ARTE FEMENINA

ARTE FEMENINA

sábado, 30 de janeiro de 2010

NÃO TE QUERO NÃO


Não te quero não



Marcas meu coração
brincas magoas
eu sofro
perdida na solidão



Não te quero não

Mentiras e deslentos
Vidas vividas e tormentos
Tudo cabe na palma da mão



Quero não te querer
Vivo sem te ter,a sofrer
perdida na imensidão

O louco desejo passou
a pura saudade ficou
e nem a amizade ficou
neste triste coração.

Mas uma coisa eu sei:
Amor: não te quero não!!!

Poema escrito por: Betty Russo

MANHÃ LONGA


Na manhã longa e profunda
Busquei em ti minha sombra,
De um perfume mergulhado
Nesse corpo agreste,
De água límpida
Cristalina e transparente.
Senti em ti, tuas curvas
Cheirei esse teu lindo sentimento
De ternura e prazer,
De bela mulher.

ESPELHOS


Os espelhos acendem o seu brilho todo o dia
E nunca ficam baços
E mesmo com a humidade do teu corpo
Que coram as minhas pupilas e reflectem nos meus braços

Porém essa hora tardia, teima em chegar
Quando a tua mobilidade se instaura em silêncio
E a luz que nos habita e nos apaga:
Cresce constantemente nesse sentimento
No interior de um fogo frio e vazio.

MUNDO ANTIGO



Ali cresceu um mundo antigo
À sombra da vida que tremula como o mar
Olhando secretamente esse teu desejo
Num silêncio de lua que grita sem parar.



Em minhas mãos tu hás-de poisar
Como o luar que descreve a tua beleza
Num perfume de vinho e de roseiras
No silêncio ameaçado e prometido
E que nunca deixa tristeza.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

EM REDOR DA LUZ



Em redor da luz
Com sombras e brancos
A casa se procura

Minhas mãos quase tocam
O brando respirar
Da sua atenção pura.

DEIXA-ME COM A SOMBRA



Deixai-me com a sombra
Pesada na parede
Deixai-me com a luz
Medida no meu ombro
Em frente do quadrado
Nocturno da janela

DEITO-ME TARDE


Deito-me tarde
Espero o silêncio da noite
Que nunca chega cedo
Espero a atenção da hora tardia
Ardente e nua
É então que os espelhos acendem o seu segundo brilho
É então que se vê um desenho vazio
É então que se vê a subtileza
Da minha própria mão poisada numa mesa

É então que se vê o passar do silêncio
Numa navegação de vida solene.

NOVEMBRO



Eu respiro um Novembro verde e frio
Da frescura do orvalho sombrio
De onde o vento inquieto e longínquo de desastres
E se vê a folhagem cerrada das roseiras.

LAGOS



Lagos onde vivi um verão profundo
Lagos onde encontrei
Uma nova forma do visível sem memória
Claro como a cal de uma nuvem
Lagos onde aprendi a viver
O instante mais nítido e recente



Lagos que digo como foi passado
Um verão resplandecente de certezas
Quase estranho em mim e nunca tido



Foi uma cidade que encontrei de frente
Desde sempre esperado e prometido
O puro dom de ter nascido
E o sol reinava em lagos transparente



Lagos linda lição de lucidez
Onde estar vivo me torna mais completo
--Como pude ser eu distraído
Da sua luz de brilho e projecto?


O podermos Abril ter perdido
O dia inicial inteiro e limpo
Que habitou o meu tempo mais concreto?



Será que vamos viver paralelamente
Relembrar e chorar como um verão tido
A cidade linear de perfeição



E a sua luz de brilho e projecto.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

MENINO DE RUA


Menino de rua!
Dormes ao relento
Nos lençóis da lua
Na cama do vento.
Vais pedindo esmola,
No lixo vasculhas,
Nunca foste á escola
E disso te orgulhas.


Sem eira nem beira,
Pardal sem ter ninho,
Fugiste á fileira
E erraste o caminho.
O destino teu,
A sorte tão crua,
Por que aconteceu
Menino de rua!



Migalha de gente
Que pena me fazes,
Igual e diferente
Dos outros rapazes,
Menino de rua,
Sem rumo, sem vida,
És frágil, flutua
Que vai naufragar.



Com sua atracção
Perto o abismo está!
Quem te deita a mão,
Quem dele te recua,
Quem te salvará,
Menino de rua!



NO FIM DA ESTRADA



Quando alguém tem em frente o fim da estrada
Onde não á recuo nem paragem
E misteriosa bruma é a paisagem,
Sente o apelo da rota traçada.


Que siga tremendo com coragem,
De alma em revolta ou de alma deslocada,
Revive, passo a passo, essa jornada
E avalia-a, imagem por imagem.

Inevitável é o bater do peito
Com força, ao ver a nitidez
Que age de forma errada, ineficaz:

- Fez o que não havia ter feito…
    - Deveria ter feito o que não fez…
E já é tarde para voltar atrás!






DE PEDRA E CAL


De pedra e cal,
Caíram os meus sentimentos
Como labirintos brancos
Transformados num ser único,
E irreal.
De vidas quadradas
Já ultrapassadas,
Escreveram nesse livro
Escuro e sombrio,
Palavras divagadas
De histórias já passadas.

JARDIM EM FLOR



Jardim em flor, jardim de cor,
Cheias de imagens e de dor,
Em ti se dissolve o mundo enorme,
Carregado de amor e solidão.

A verdura das árvores ardia,
O vermelho das rosas transparecia,
Alucinando a subida
Num túmulo em que tudo germinava.

A luz trazia em si a agitação
De paraísos, deuses e de infernos,
Os sonhos em ti eram eternos
De possibilidade e suspensão.

Mas cada gesto em ti quebrou, denso
Dum gesto mais profundo e contido,
Pois trazias em ti suspenso
Outro jardim possível e perdido.

EU ME PERDI


Eu me perdi na solidez de um mundo,
Eu me salvei na limpidez da terra,
Eu me busquei no vento e encontrei o mar,
De murmúrios, suaves e profundos
Que haverei de salvar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

OÁSIS



Como um oásis branco era o meu dia
Nele secretamente eu andava
Unicamente o vento me seguia.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

NO ALTO MAR



No alto mar
A luz escorre
Lisa sobre a água.
Planície infinita
Que ninguém habita.



O sol brilha enorme
Sem que ninguém o forme
Gestos de luz.




Livre e azul a água ondulada
Onde se esquece
O sonho de ninguém.



São claros e vastos espaços
Onde sopra o vento
E ninguém delicia o seu momento
Abre nele os seus braços.




terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O PENSAMENTO É UM LINDO MOMENTO


O pensamento é um lindo momento
Onde se encontra o sossego e a paz
Da juventude transparecida
De uma enorme saudade
De sonhar, construir sonhos
De prazer e amizade
Colocar as ideias no lugar
Para conseguirmos derrubar
Todas as barreiras da vida
E e tentar demonstrar
O que somos e o que queremos ser
Não aquilo que os outros
Querem que sejamos.

Vive a vida, não a deixes que a vivam…

ALÉM DO OLHAR


Do centro das certas incertezas,

Vivo amando toda surpresa.
Toda expectativa de beleza,
Vindo com a alma das profundezas.
Pois assim a vida não importa.
Se esse mar ciumento envolve,
 Abraçando esse cantar,

Ofuscando o viço da saudade.
Porque de ausência se faz o dia.
E horizonte então transpira
Transforma-se no fiel da balança,
Guardando após uma esperança.
Além do infinito, mora meu amor.
E esse me aguarda na eternidade.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

SER POETA


Ser poeta é ter dos céus um dom divino,
Viver na terra e no além mar;
È tornar grande quando é pequenino,
É não ter asas e poder voar.


Ser poeta é ter fé que a humanidade
Encontrará no amor da aventura,
Que o sonho anda a par da realidade
E é ser olhado como um visionário.



Ser poeta é sentir que a alma existe
Até nas pedras ao sentirem mágoa,
Ouvir de quanto é mudo a fala triste,
Ver uma estrela em cada gota de água!


Ser poeta é ter na amarga solidão
Companhia de refúgio: A poesia!
Que na alegria ou na desolação
È a amiga a quem tudo se confia.


Ser poeta é sentir a responsabilidade
E revesti-los de dourados véus,
È do mundo os encantos que revelam
E em toda a natureza avistar o horizonte da vida.


Ser poeta é da poesia ser senhor
É escravo de mágica imaginação,
E ser de beleza o criador
No êxtase febril da inspiração.



Ser poeta é a dor de compreender
Sem nunca achar que compreenda a sua
E um poema hilariante dela fazer
Para a vir cantar á rua.



E ao amor perdidamente alguém
Que nos pôs alma e coração a ferver,
Darmo-nos á poesia é ter um bem
Que nos possui para podermos aparecer.



Que conosco partilha a dor sentida,
De nós retém a imagem mais secreta,
Nos ilude e ajuda na subida,
Que os dá vida para além da vida!



Se é isto a poesia, eu sou poeta!
















OLHOS PARDOS


Verdadeiros são os tamanhos
Desses olhos pardos
Brilhantes e translúcidos

Repleto de desejos
Aquecidos com a água
De um rio eterno…
Assim brilha esse rio
Que corre entre falésias
E que mergulha nele a saudade…

A frescura da sua água
Que toca no teu corpo,
Dando esse toque
Subtil de prazer e paz,
Que há de refrescar
Esses sentimentos de fantasia
Que ficam guardados
E que tu não deixas ver…

GESTO FORMOSO


Dá-me agora esse som
De alegrias e fantasias
Que se encontram penduradas
Nas perfundesas do passado distante
Desse teu gesto formoso
De eterna saudade…

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

SILÊNCIO E LOUCURAS


Silêncio de saudade e loucura
Que transmite calma e tranquilidade
Na escuridão do infinito
Na sombra esquecida
Que brilha no fundo constante,
Desafio de algo acontecer.
O silêncio inquietante da noite
De prazer, calma e alegria
De acontecer uma loucura
Que fica no pensamento
E que desejamos recordar o futuro
Que acorda fluorescente na imensa
Ternura da saudade.

PALAVRAS ESCRITAS


Palavras escritas são
Escritas com a mão e o coração
Que despertam o desejo de enorme paixão
Por o que fazemos e o que dissemos
Histórias que permanecem escondidas
Obstruídas por algo sem sentido
E que queremos desejar
Com o coração e a alma
Um dia recordar.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

PALAVRAS CONTADAS


Já não gritam
As palavras contadas
No tempo do medo
Nem moram os sonhos
Na voz do segredo.
Palavras, palavras,
Tão pouco estimadas
Em percursos medonhos
Que em esperança se agitam…
Que palavras cantaremos
Nesse desterro
De enganadora alegria.
Palavras para a noite
Palavras de desespero
Ou apenas a palavra do dia!


PALAVRAS CONTADAS E ESCRITAS,QUE ALGUM DIA SERÃO SEGUIDAS PELOS OS NOSSOS SENTIMENTOS...:)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ESTRELA



          





  Eu caminhei na noite
 Entre o silêncio e frio
Só uma estrela secreta me guiava



Grandes perigos na noite me apareceram
Da minha estrela julguei que a imaginara
Verdadeira sendo ela só reflexo
De uma linda cidade enfeitada

A minha solidão me pareceu á toa
Sinal de perfeição á minha frente
Mas vi quando o vento me iluminava

Que a coroa que eu levava era de um ferro
Tão pesado que todo me dobrava
Do frio das montanhas eu pensei
«Minha loucura que me cerca e me rodeia»
Porém o meu pensamento desapareceu
E a loucura das coisas cintilava
E eu vi que esse brilho não era eu
E da fraqueza da carne da miragem e do espírito

Em límpida voz se transformou
Disse ás pedras do monte que falassem
Mas elas como pedras se calaram
Sozinho me vi delirante e perdido
Como uma estrela imaginária sucumbida.